sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sleepless



Charlie Huston (2010). Sleepless Nova Iorque: Random House

RandomHouse | Sleepless

Num 2010 presente distópico, um polícia infiltrado com elevados padrões morais e um assassino profissional esteta que procura uma morte perfeita entram em rota de colisão. Enquanto o agente investiga crimes relacionados com o tráfico de um medicamento para uma doença que se espalha pela humanidade, o assassino tenta recuperar informação que poderá levar ao revelar de uma conspiração que abalará a confiança num enorme conglomerado económico ligado à produção de medicamentos.

Mistura de ficção científica com policial noir, Sleepless construi uma convicente realidade: num futuro presente, as assimetrias sociais são exacerbadas por catástrofes ambientais e escassez de petróleo. Grupos de terroristas fundamentalistas cristãos tornam as grandes cidades campos de batalha. Uma pandemia de insónia fatal, que leva os doentes à morte em menos de um ano, espalha-se pela humanidade. Apenas um medicamento pode dar algum alívio aos doentes, e a descoberta deste está relacionada com a origem da praga - uma experiência de agricultura transgénica que se espalhou para o meio ambiente. Perante a desagregação social, os indivíduos recolhem-se em mundos virtuais enquanto os conglomerados económicos tentam aproveitar os lucros a curto prazo vindos de hordes de pessoas com insónia que nos primeiros estados da doença tentam viver o pouco tempo que lhes resta. Enquanto as cidades se transformam em campos de batalha com gangues, terroristas fundamentalistas e forças militares e policiais a travar guerras urbanas, os ultra-ricos fecham-se em condomínios fechados securizados e os restantes tentam lidar com o caos e desagregação social.

Escrito num ritmo rápido, Sleepless agarra-nos pelo desenrolar do seu argumento e pelo vislumbre de um mundo contemporâneo que de certa forma espelha o nosso mundo de 2010.