quinta-feira, 25 de abril de 2013

Comics: Coraline, The Crusaders


Denis Filippi, Terry Dodson (2006). Coraline. Paris: Les Humanoïdes Associés.

Este é um curioso exemplo de resposta à procura de pergunta. A história deste Coraline envolve uma bela preceptora contratada para convencer um jovem inventor a deixar de parte livros e maquinarias e descobrir o lado lúdico da vida. Vigiada pelos criados solícitos, mergulha num mistério de sonhos aventurosos de contornos eróticos que nunca chega a ser explicado. Esta é a premissa, mas o livro vive e torna-se excelente pela qualidade das ilustrações. A história é essencialmente uma desculpa para o ilustrador desenhar fantásticos engenhos mecânicos de estética steampunk e belas donzelas curváceas com o seu quê de Brigite Bardot em paisagens com um toque pré-rafaelita. Um deslumbre para o olho, cheio de criatividade, expressividade e cor.


The Crusaders

Um toque nostálgico dos tempos em que os comics eram divertidos pelo seu simplismo, inocência e vacuidade cerebral. The Crusaders reúne um grupo de personagens de segunda linha do género super-heróis publicados pela Archie Comics, uma editora que é mais conhecida pelo seu clássico personagem icónico e homónimo, eterno adolescente numa cidadezinha de sonho suburbano americano. A união tensa e fortuita de The Shield, The Comet, The Fly, The Jaguar e Black Hood (tantos the...)  sob a égide da organização The Web coloca estes heróis incertos a lutar contra alienígenas transdimensionais e cyborgs mercenários.


A série durou sete edições, escritas com a elegância petrificada e a subtileza inexistente aliadas à ilustração descuidada típica dos comics dos anos 80. Alguns dos personagens da série andam esquecidos nas gavetas de propriedade intelectual das editoras que vão adquirindo os direitos de autor, e só The Shield teve direito a uma curta mas muito interessante nova vida como título da DC antes da vaga 52.