domingo, 14 de abril de 2013

It never is.


Poética, a resposta correcta desta pergunta do questionário de avaliação sobre Link Layer, IP, TCP e AppLayer da arquitectura da internet no curso Internet History, Technology, and Security leccionado por Charles Severance no Coursera. Sim, tudo o que pode correr mal geralmente corre. Nada fica terminado, tudo é um contínuo trabalho em progresso. Always in beta.


Outra pérola do Coursera (e não estou a ser irónico): esta vem do curso Human Computer Interaction leccionado por Scott Klemmer. Sim, erros são uma mina de conhecimento. A referência está na observação directa dos processos de trabalho individuais de cada um. Cada erro, cada truque encontrado para facilitar o trabalho, cada dica, cada acumular de experiência é conhecimento valioso para o refinar do processo de design de objectos ou aplicações.


O artigo As We May Think de Vannevar Bush é um dos textos seminais da computação e da internet. Essencialmente, no final dos anos 40 Bush descreveu sistemas de arquivo e uso de informação que facilitariam o trabalho daqueles que apelidou "homens pensantes". O conceito era mecânico e analógico na sua essência, mas foi o avô do conceito contemporâneo de dispositivo digital como ferramenta flexível de trabalho, acesso à informação e arquivo de dados. O memex de Bush, coligado com o Xanadu de Ted Nelson e o Dynabook de Alan Kay estão na origem directa da nossa concepção contemporânea da informática como algo que é baseado em dispositivos móveis, permite aceder a informação e está interligada em redes. E a acreditar na ilustração da versão do artigo ilustrado na Life Magazine, um destes dias alguém vai começar a dizer que as concepções visionárias de Bush também predisseram Google Glass.

Resumindo, tudo está a fluir. Nunca nada está realmente acabado e terminado, as ideias evoluem constantemente mas mantéem fios condutores ao longo dos tempos. Se os objectos do passado recente nos parecem artefactos obsoletos, relíquias arqueológicas da transição entre a era industrial e a era da informação, as ideias subjacentes à sua concepção são as mesmas que hoje torneiam o nosso modo de ver, pensar e agir.