segunda-feira, 8 de julho de 2013

Dylan Dog: Caccia Alle Streghe; Lo Spettro Nel Buio.


Tiziano Sclavi, Pietro Dall'Agnol (1992). Dylan Dog #69: Caccia Alle Streghe. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..

Esta aventura do céptico investigador do oculto é uma divertida reflexão meta-ficcional sobre censura, pressões moralistas e o uso de géneros literários vistos como menores nas lutas pela supremacia moral e controle dos media. Parece estranho, mas tudo isto está subjacente a este capítulo de Dylan Dog. O mote é lançado com as aventuras splatter de um personagem ficcional criado por um bem sucedido ilustrador de banda desenhada de terror que se inspira no seu amigo Dylan. Ficções dentro de ficções é sempre uma premissa intrigante. A violência fantasista desperta a fúria de alguns pais chocados pelas leituras dos filhos e alguns políticos ambiciosos depressa se aproveitam da mediatização para desviar a atenção dos problemas reais e embarcar numa cruzada moralista, culpando os males sociais no horror imaginário do grafismo da banda desenhada. Trás à memória a história dos comics e a cruzada de Frederic Wertham, precisamente sobre a alegada influência perniciosa dos comics de terror nas mentes juvenis. A reflexão é profunda e ultrapassa os limites do género com uma notória contoação socializante. A ironia narrativa fica patente logo na história que desperta a ira dos bem-pensantes: uma aventura violenta sobre injustiças cometidas sobre mulheres numa caça às bruxas.


Tiziano Sclavi, Claduio Chiaverotti, Luigi Piccatto (1992). Dylan Dog #68: Lo Spettro Nel Buio. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..

Um muito curioso e intrigante episódio das intermináveis aventuras de Dylan Dog. Um fantasma assassino espalha a morte numa pequena cidade inglesa. Alertado por uma criança, Dylan investiga e depressa se vê ameaçado por um espectro mortífero invocado acidentalmente pelas crianças que apenas a luz consegue travar. Mas... depois de tentar assassinar Dylan Dog o espectro revela-lhe o seu segredo: as mortes que provocou eram uma tentativa de evitar um ataque terrorista na central nuclear próxima da cidade, capaz de provocar tal mortandade que até um assassino em série fantasmagórico se sente chocado. São estas incoerências que tornam o fumetti um género tão divertido. Alguém disse... spaghetti comics?