segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Comics


East of West #15: Boa questão. Haverá realmente diferença entre o real e uma sua simulação de elevado rigor? O weird wild west de Hickman parece estar a ser levado a uma inexorável e catastrófica conclusão, ou pelo menos a um ponto de viragem na série. Suspeita-se que o confronto final entre as nações da américa, os cavaleiros do apocalipse, a morte e o senhor da destruição final se aproxima. Sendo Hickman, será certamente algo de profundo e cósmico. E por muito que se goste das bizarrias dos mundos ficcionais do argumentista, é bom vê-los terminar,levados à conclusão lógica, e não arrastarem-se e perder o interesse em série sem fim.


Captain Marvel #07: O tom de space opera bem humorada continua com uma nova aventura em modo cats are evil. Parece que a gatinha que a Capitã levou consigo para o espaço é afinal uma perigosa alienígena que acabou de pôr ovos de criaturas felinas de garras afiadas. E os companheiros querem resgatá-los. Ou não. Será a gata da Capitã uma praga alienígena? Conseguirá a Capitã salvar-se a si, à nave, ao irascível Rocket Racoon e à teenage sidekick  que se lhe colou no final da aventura anterior? Bem, saber isso não é assim tão importante quanto isso. Há melhores comics a serem editados. Mas no alinhamento habitual da Marvel este anda a destacar-se pelo bom humor e pela elegância da ilustração. Quase torna a personagem principal um pouco menos sexualizada...


Anihilator #01: Grant Morrison deve imaginar-se muitas vezes a teclar visceralmente frente ao processador de texto, urdindo enredos inacreditáveis e rodeado de meninas jeitosas em trajes inexistentes. Mas a mistura de uma casa assombrada, um argumentista cheio de vícios e em trajectória descendente, um tumor cerebral inoperável e o transvasar do ficcional para o real quando uma das suas personagens parece ganhar corpo, promete um daqueles delírios imparáveis que fazem o estilo de Morrison.


Wild's End #01: Encantadora, esta nova série da Boom! Studios. Dan Abnett canaliza a anglicidade da fábula infantil numa mistura entre Wind in the Willows e War of the Worlds enquanto o traço inimitável de Culbard consegue aquela mistura de fantástico quase abstracto que mostra que não é preciso ser hiperreal para despertar a imaginação dos leitores. Numa idílica aldeia inglesa do princípio do século XX a normalidade da vida local e das suas comissões de festa de província é abalada por indelicados artefactos caídos do céu que insistem no desagradável comportamento de incinerar os animais antropomórficos com que se cruzam. Uma prometedora série infantil, com aquele toque britsh clássico que é tão apreciado.