terça-feira, 7 de julho de 2015

The Steel Tsar


Michael Moorcock (1981). The Steel Tsar. Myflower Books

Dos três livros que compõem a trilogia Nomad of the Time Stream este, que o encerra, é o menos interessante e mais repetitivo. Percebe-se aqui que enquanto Moorcock expande o universo conceptual do seu multiverso, fá-lo de forma formulaica. Mudam os adereços, mas a narrativa segue a fórmula que resultou bem nos romances anteriores. Bastable acorda num novo continuum histórico, tem um périplo como vítima de eventos, a situação muda e as aventuras continuam com Bastable agora como interveniente activo, e termina de forma quase apocalíptica. Pelo meio inserem-se batalhas cheias de dirigíveis de combate a disparar temíveis armamentos.

Na fatia de multiverso deste romance estamos em 1941, com um império japonês a arrasar as colónias imperiais britânicas, holandesas e portuguesas do extremo oriente após a detonação de um engenho nuclear sobre Hiroxima. Restam os temíveis aeronautas da Rússia Socialista de Alexander Kerenski para travar o furacão nipónico e é a estes que Bastable se junta, depois de acordar numa ilha remota do império britânico depressa ocupada por japoneses, que transformam os senhores coloniais em prisioneiros de guerra. Mas o nosso herói viandante dos instáveis fluxos temporais, não irá combater no pacífico. O dirigível onde serve é destacado para combater uma insurreição cossaca na Rússia europeia. Comandados por um certo Josef Djugashvili, sacerdote sedento de poder que sonha derrubar os socialistas muscovitas para instaurar a sua ditadura, são apoiados por argutos anarquistas e estão a desenvolver duas armas secretas. Uma falha esplendorosamente em batalha, quando os mecanismos que controlam um gigantesco robot de aço se avariam. Outra promete ser mais perniciosa, com um cada vez mais louco Estaline a abandonar os seus fiéis, tomando conta de um dirígivel cheio de bombas atómicas.

Sim, a referência ao czar de aço é uma metáfora para o Estaline real.

Como sempre nestes livros, as especulações sobre alternativas históricas são fascinantes. Mas neste a combinação de especulação, aventura e combate acabam por se sentir como repetitivas, demasiado similares às dos livros anteriores.