quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Excalibur Classic



Chris Claremont, et al (2007). Excalibur Classic, Vol. 4: Cross-Time Caper, Book 2. Nova Iorque: Marvel Comics.

Excalibur foi um curioso rebento dos X-Men de Chris Claremont. Pegando no Captain Britain de Alan Davis, com mais alguns heróis locais, como Meggan, uma criatura humana com o poder de se transformar noutras criaturas e capacidades sociais inexistentes, e um departamento governamental secreto encarregue de defender o reino de ameaças estranhas. W.H.O., com nuances whovianas. Junte-se dois X-Men, Nightcrawler e Shadowcat, acompanhada do seu dragão Lockheed, um farol isolado como quartel do super-grupo, um inspector de polícia que detesta super-heróis e por isso tem a tarefa de os acompanhar, e estão lançados os ingredientes para uma série focada mais no humor do que nas narrativas convencionais de super-heróis. Ia-me esquecendo. O grupo também inclui Fénix, não a original, mas a sua filha, vinda de um futuro distópico onde os mutantes são perseguidos, estando no passado para evitar que os acontecimentos que deram origem ao seu futuro se desenrolam.

Estamos a falar de uma série onde os dois elementos mais fracos dos X-Men da altura eram veteranos mentores. Excalibur era um claro veículo de comics para agradar aos leitores britânicos da Marvel, e um de muitos títulos o que explorava o interesse dos fãs nos X-Men. O toque de estranheza anglo-saxónica é trazido pelo passado multi-temporal do Captain Britain original de Davis, cujos principais inimigos dobravam à vontade as fronteiras do espaço e do tempo.

No seu melhor, Excalibur era um título divertido e bem humorado. Meggan tinha atitudes cândidas quase de boa selvagem, e Captain Britain, apesar de todo o seu poder, era facilmente enganado e causava mais sarilhos do que os que resolvia. No seu pior... Um bom exemplo é este volume, que colige o que prometia ser um excitante arco narrativo, com os Excalibur perdidos entre mundos paralelos num longo regresso a casa. Um Chris Claremont como argumentista claramente a não dar importância ao que escreve traduz-se em tédio e incoerência. Se querem descobrir o que foi um título divertido da Marvel, este é o pior ponto de acesso possível.