sexta-feira, 30 de junho de 2017

Killing Gravity


Corey White (2017). Killing Gravity. Nova Iorque: TOR.

Experimentei este livro depois de o ver recomendado por Warren Ellis na sua newsletter semanal, Orbital Operations, onde teceu elogios à narrativa, especialmente rendido à descrição da personagem principal como voidwitch. Apesar dos indícios de bruxaria, esta é uma clássica aventura no espaço, daquelas passadas em futuros distantes, cheias de adrenalina e aventura. Mariam Xi, a voidwitch, é uma aventureira interestelar, sobrevivente de uma organização científica militar secreta que com condicionamento e tecnologia desenvolve capacidades super-humanas nas suas cobaias, condicionado-as a serem soldados perfeitos. Como resultado, tem poderes telequinéticos, extremamente destrutivos quando utilizados em combate.

Perseguida pela organização, viaja pelos planetas mais distantes do império estelar em busca de pistas do paradeiro da sua salvadora, que descobre não ter morrido na fuga e destruição do centro de experiências onde estavam cativas. Cruza-se com a tripulação de uma nave de carga, caindo nas boas graças do seu capitão, visita um planeta distante onde se liberta de condicionamentos graças a potentes cogumelos alucinogénicos, e enfrenta, com extremo prejuízo, o seu antigo torcionário no centro de investigação e toda uma frota de naves e soldados imperiais para salvar os seus novos amigos.

Uma leitura divertida, bem escrita e rápida, com um ritmo alucinante. Sofre por ser muito rápida. Se não perde tempo a enrolar o leitor, enchendo páginas com desvios à narrativa, também não aprofunda muito as personagens. O mundo ficcional vai-se revelando à medida que a narrativa evolui, com infodumps mínimos, e o final inconclusivo aponta para algo mais. Mas leitores mais conhecedores da ficção científica não deixarão de sentir algo familiar neste livro, cuja história soa um pouco a Firefly, se o centro da série fosse uma mais coloquial River Tam, e o capitão Reynolds um alienígena.